quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Planejamento Estratégico


      Pode dizer-me que caminho devo tomar?
       Isto depende do lugar para onde você quer ir. (Respondeu com muito propósito o gato)
       Não tenho destino certo.
       Neste caso qualquer caminho serve.
(“Alice no País da Maravilhas” - Lewis Carrol)

Toda vez que falo de planejamento estratégico gosto de começar com esse pequeno diálogo, acima. Acho, entretanto, que a resposta do gato – de seu jeito irônico, às vezes deixa as pessoas um pouco confusas. Isto porque discordamos do gato. O otimismo latente na fala dele (de que se não se há destino pré-estabelecido qualquer lugar serve) deve ser substituído por uma boa dose de realismo – na verdade, quando não sabemos para onde estamos indo, nenhum lugar serve. Na vida real, andar a esmo nunca nos leva a nenhum lugar interessante – especialmente quando falamos de empresas ou organizações. Muitas vezes, inclusive, a falta de planejamento chega até mesmo a nos paralisar.

Quem nunca viveu aquela situação em que o objetivo está tão distante e as coisas parecem tão difíceis que achamos que não vale à pena nem mesmo começar? Para evitar essa sensação paralisante é fundamental estruturar um planejamento adequado. O primeiro passo é escrever os nossos objetivos e as nossas metas.
Para podermos fazer isso, entretanto, é importante que tenhamos claras as diferenças entre esses dois conceitos. Na verdade, a diferença é bem simples – e boa parte da confusão que temos por aqui se deve a más traduções dos termos ingleses (goals/objetivos e objectives/metas).

Quando falamos em objetivos, temos em vista algo em longo prazo, mais Do instituto “Se Toque” (com quem faço um trabalho em parceria), por exemplo, poderíamos dizer que os objetivos são: 1) “reduzir a mortalidade por câncer de mama no Brasil”; e 2) “aumentar a conscientização das mulheres para o problema”.

As metas, pelo outro lado, são mais específicas e contêm, imbuídas em si, uma previsão de ação. Assim, poderíamos dizer que as metas de 2011 do “Se Toque” são – aumentar em 10% o diagnóstico precoce de câncer de mama na cidade de São Paulo; distribuir 5.000 informativos de auto-diagnóstico para populações carentes; arrecadar R$50.000,00 para levar ambulatórios médicos para as zonas mais carentes da cidade; etc.

Neste exemplo fictício, podemos observar que o objetivo sempre será o grande norteador das metas. Estas, por sua vez, vão procurar estabelecer os pontos a serem alcançados a curto e médio prazo para alcançar esse objetivo maior. 

Por Michel Freller

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